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Minha experiência com o Nokia 5.3 e minhas considerações sobre a HMD Global

Publicado em 12/04/2025


Já tive celulares e smartphones da Nokia na década passada, todos com experiências interessantes, mas depois que passei a utilizar o Android, nunca mais tinha experimentado algo com essa marca, que tinha bastante relevância nas décadas de 1990 e 2000, mas a perdeu na década de 2010, graças a fatores como a ascensão do sistema operacional móvel da Google, o fracasso do Symbian, a gradual queda no interesse por dumb phones com S30 e feature phones com S40, a aposta errada no Windows Phone e ao descarte de iniciativas que pareciam promissoras, como o MeeGo (que acabou se dividindo em outras duas iniciativas, uma da Jolla - o Sailfish OS - e outra da Samsung - o Tizen OS, mas nenhuma das duas prosperou no ramo de smartphones, sendo que a segunda ainda sobrevive graças as Smart TVs, já que até nos smartwatches, o Android acabou se sobrepondo, e a primeira, apesar de ainda existir, é como se não existisse, de tão irrelevante que o projeto se encontra atualmente).
A marca Nokia sumiu dos smartphones em 2014 (quando a Microsoft, que adquiriu a divisão mobile da empresa finlandesa dois anos antes, decidiu estampar a sua própria marca na linha de smartphones dela, o que logo provou ter sido uma péssima decisão, que juntamente de outras, culminou no fim do Windows para dispositivos móveis em 2020), e excluindo um lançamento restrito de um tablet em 2015 (em parceria com a Foxconn, que também promovia uma launcher desenvolvida pela finlandesa, que tinha uma proposta interessante, mas não prosperou) e o lançamento de alguns feature phones com a marca Nokia ainda por parte da Microsoft entre 2014 e 2016 (a Microsoft até ensaiou lançar aparelhos dessa categoria com a marca dela, mas a iniciativa ficou só nos protótipos), só voltou pra valer em 2017, desta vez sob responsabilidade da HMD Global, empresa finlandesa formada por vários ex-funcionários da divisão móvel da Nokia Corporation, que nesta oportunidade, abraçou de vez o Android (numa parceria bem estreita com a Google; lembrando que, anos antes, quase na mesma época em que foi adquirida pela Microsoft, a Nokia chegou a lançar alguns aparelhos que utilizaram o Android, mas numa estratégia bastante equivocada, que não destacava a plataforma do Google, e nem vinha com os serviços dela - incluindo a Play Store, o que prejudicou demais a experiência de uso, e culminou com o fracasso da iniciativa - que aparentemente foi proposital, já que esses aparelhos já tinham bastante influência da Microsoft, que obviamente queria promover a sua própria plataforma móvel nos aparelhos da finlandesa) mas ainda apostava em dumb phones e feature phones (continuando de onde a Microsoft parou, embora a sua abordagem visou ser mais nostalgista, resgatando modelos clássicos em uma nova roupagem).
De 2017 a 2019, a iniciativa parecia estar indo bem, com smartphones bastante interessantes, bom suporte em termos de atualizações de software e boa presença em países da Europa, Ásia, África e América do Norte, além dos feature phones lançados chamarem bastante a atenção.

Só que curiosamente o Brasil, um dos países onde celulares da Nokia mais fizeram sucesso nos anos 2000, não recebia os smartphones da marca por parte da HMD Global.

Isso mudou em 2020, quando finalmente foi anunciada uma parceria da HMD Global com a fabricante brasileira Multilaser (atualmente apenas Multi) para montagem, distribuição e suporte aos smartphones da marca Nokia no Brasil, o que resultou na vinda do Nokia 2.3, em Março de 2020, o que rapidamente mostrou já ter sido um começo "com o pé esquerdo".
Primeiro que a Multilaser já não tinha uma boa fama junto aos brasileiros devido a anos de comercialização de produtos de qualidade duvidosa, e segundo, porque o Nokia 2.3 era um péssimo chamariz, por ser um smartphone com especificações e desempenho fraco até para a categoria da qual ele pertencia, e consequentemente, um custo-benefício bastante questionável.
Resultado: o retorno da marca Nokia no Brasil não saiu como o esperado, e o Nokia 2.3 acabou deixando uma má impressão, que os aparelhos seguintes não apagaram totalmente, já que depois, em Outubro, vieram o Nokia 5.3, Nokia C2 e Nokia 110, e enquanto o primeiro tenha chamado mais a atenção, ainda não era aquela coisa, e os outros dois passaram sem muito destaque, e daí o saldo ainda continuava negativo.
Pra piorar, ainda em Março de 2020, foi decretada a pandemia do COVID-19, o que afetou duramente as operações da HMD, e consequentemente, o seu trabalho com os aparelhos.

Aliás, considero que 2020 foi o ano em que a própria HMD Global começou a desandar.

De lá pra cá, tudo piorou: a qualidade dos aparelhos lançados, o suporte a patches mensais de segurança (já que, pra "ajudar", a maioria dos aparelhos da HMD faziam parte do programa Android One, que exigia o cumprimento de 2 anos de atualizações do Android e 3 anos de patches de segurança mensais, além de que todos os aparelhos e atualizações lançadas passavam pela aprovação da própria Google, o que certamente era um dos motivos dos aparelhos serem mais caros) e as atualizações do Android (antes referência na distribuição das atualizações, sendo que os aparelhos da Nokia eram um dos primeiros a receberem novas versões, pouco tempo após os Pixel, da própria Google, os cronogramas deixaram de ser divulgados, e os aparelhos passaram a demorar a receber atualizações, mesmo com o Android "puro" e aprovado pela Google).

Tanto que depois de 2020, o número de feature phones e smartphones básicos com Android Go aumentou muito, enquanto os com Android One diminuíram.
Pra se ter uma ideia, o Nokia 1, de 2018, primeiro smartphone dela com Android Go, recebeu 2 atualizações do Android, coisa que nenhuma outra concorrente fazia. O mesmo aconteceu com o Nokia 1 Plus, de 2019.

Com o Nokia 1.3, lançado em 2020 (e que não veio para o Brasil) e o Nokia 1.4, em 2021, a quantidade de atualizações diminuiu, para apenas 1, o que ainda era muito perto da concorrência com Android Go, mas já indicava que algo estava errado.

Aí quando ela lançou a linha Nokia C, com os Nokia C1 e Nokia C2 em 2019, e o Nokia C3, em 2020, a HMD já começou a mostrar o panorama que se seguiria nos próximos anos: nenhuma atualização do Android, e um foco maior nessa linha do que nas outras, com mais lançamentos.

Vale destacar ainda a aposta errada que a HMD Global fez, em 2019, com o Nokia 9 Pureview, que era pra ser o carro-chefe da marca, com especificações top de linha, mas falhou justamente no que mais prometia: as câmeras.
Além do desempenho fraco delas se comparado a concorrência e do design de gosto duvidoso, elas foram mal projetadas, o que atrapalhou até as atualizações do Android. Lançado com Android 9, ele já demorou mais do que o normal para receber o Android 10 porque tiveram que readaptar o driver das câmeras, mas o processo foi tão complicado, que a atualização esperada para o Android 11 foi simplesmente cancelada. Um aparelho top com apenas 1 atualização do Android? Obviamente pegou muito mal essa história. Fora que o aparelho não vendeu tanto, o que já deu um baita prejuízo para a HMD, que resolver passar longe de lançar aparelhos com especificações de ponta nos anos seguintes, apostando apenas nos intermediários e de entrada. 

Além dos já mencionados 1.3, 2.3 e 5.3, a HMD ainda trouxe o 8.3, que era o melhor que ela tinha a oferecer em 2020, embora fosse apenas um intermediário premium (e mesmo para essa categoria, ainda ficava para trás com relação a concorrência). E, infelizmente, a HMD não o trouxe para o Brasil, desagradando muitos dos fãs da marca por aqui.
Voltando ao Nokia 5.3, eu comprei um, em Janeiro de 2022, numa compra meio que não planejada, já que a ideia era comprá-lo para o meu irmão, mas no final, como eu estava precisando de smartphone, acabou ficando para mim. E daí, pude experimentar na prática a qualidade dos aparelhos da marca.

O interessante é que, na caixa do aparelho, era informado que a minha unidade havia sido fabricada no começo de Dezembro de 2021, ou seja, era um aparelho de um lote bastante recente.
Ele veio bastante completo, com fone de ouvido (o interessante é que esse fone é bem similar aos que vinham com os Nokia Lumia, embora o formato seja bem desconfortável, e a qualidade é baixa, mesmo para um fone básico) e até uma capinha de silicone transparente. Sobre a capinha, eu a usei pouco, uma vez que optei por providenciar uma capa-carteira. E me deparei com a primeira dificuldade: conseguir acessórios para ele na minha cidade era impossível. Tive que encomendar a capa pela Shopee, e aguardar mais de 30 dias até ela chegar, já que só achei em um vendedor chinês (ao menos, a capinha era muito boa). Com a película foi a mesma coisa, mas no caso, ainda dei um jeito, e optei por adquirir uma película de vidro do Samsung Galaxy A70, que ficou perfeita no Nokia 5.3.

Mesmo usando a capinha, uma coisa que me incomodava bastante era a grande protuberância da moldura da câmera. O receio de riscá-la era muito grande, então optei por protegê-la com uma película de plástico. Não adiantou muito, mas penso que poderia ter sido pior sem ela.

O mesmo para a tampa traseira, que mesmo com a capinha, não passou ilesa de micro-arranhões, e penso que até foi um vacilo de minha parte não ter corrido atrás de uma película traseira (item que passei a dar mais atenção depois dessa experiência).

Eu que estava habituado a utilizar smartphones com o Android bastante customizado, acabei tendo que me acostumar com a experiência mais "crua" do Android Puro, e pra piorar, o Android dos aparelhos da HMD era até mais "cru" do que o normal, já que tinha poucos apps relevantes dela (basicamente só os apps de Câmera e Rádio, o que a imprensa até via como algo positivo, já que a Motorola, que também usava o mesmo Android Puro, já era bem mais incrementado em recursos próprios). Mas como a Google acertou bastante com o Android 11, não foi tão desafiador assim usar um aparelho nessa situação. Mas não consegui substituir perfeitamente apps que me faziam falta, como o Gravador de Voz (ele até vinha no sistema, mas sem uma launcher, ao qual eu tive que baixar, além do app ser bem inferior a soluções da concorrência),um gerenciador de arquivos (também tive que achar uma launcher, já que não queria usar o Files Go da Google), um tocador de música (consegui achar um fork do Samsung Music pra ele, que funcionava bem na maioria das vezes), mas um listador de vídeos eu infelizmente não consegui achar, e tive que me contentar com o Galeria Go, do Google. O equalizador padrão, curiosamente, não funcionava, e eu tive que achar uma opção na Play Store. Ao menos, uma coisa que ele tinha que os Motorola não tinham na época era o suporte ao Miracast, e consequentemente, a transmissão da tela para uma Smart TV sem necessariamente ser chromecast, além de um Gravador de Tela nativo.


A experiência, no geral, era ok, e consegui usá-lo sem maiores problemas por quase 1 ano e meio. Nesse tempo, eu lidava com incômodos como o WhatsApp falhar ao reproduzir mensagens de voz, e as câmeras bastante precárias (elas me chatearam pra valer quando descobri que algumas fotos importantes saíram com qualidade péssima, já que a lente principal tinha dificuldades para focar, e a lente macro era pior do que o normal).

Mas depois de 1 ano, um outra coisa começou a me incomodar no modelo brasileiro: a promessa de patches mensais simplesmente não estava sendo cumprida, e ele já estava justamente há 1 ano sem receber novos patches, além da atualização para o Android 12 estar bastante atrasada.

A HMD também promovia uma comunidade para usuários dos aparelhos Nokia produzidos por ela, mas infelizmente a versão principal era só em Inglês, com apenas poucas versões secundárias para países do sudeste asiático (comunidade essa que simplesmente foi descontinuada alguns anos atrás pra dar lugar a uma comunidade no Discord, cuja experiência é bastante inferior). E eu tinha conta nessa comunidade (que também podia ser acessada pelo app My Device, que vinha com o aparelho, mas que para o Brasil, não era muito útil, já que não tinha uma equipe brasileira cuidando do app, e portanto, qualquer questionamento era respondido em inglês), e descobri que nos outros países, os patches para o Nokia 5.3 continuavam chegando (ainda não mensalmente como o programa Android One previa, mas estavam chegando). 


Achei bastante esquisito, e dando uma pesquisada, descobri um grupo no Telegram que compartilhava os pacotes de atualização OTA dos aparelhos Nokia da HMD, onde basicamente só precisava colocar o celular no modo de recuperação, e acionar o modo adb sideload e fazer o processo de instalação da atualização por cabo USB. Como não gostei das mudanças do Android 12, mas queria deixar o meu 5.3 com o patch mais atual possível, tomei coragem, e fiz o processo no meu 5.3, e mesmo receoso com o procedimento, acabou dando certo. 

Só que, três meses depois de ter feito isso, e como o 5.3 já fora da garantia, eis que o aparelho simplesmente desligou sozinho, e ao ligar, ficou preso na tela de boot. 


Vendo que o aparelho não ia nem pra frente, nem pra trás, decidi restaurar as configurações de fábrica, mas não adiantou muito. Então, resolvi novamente fazer uma atualização manual via adb sideload, e o coloquei no Android 12, mas a princípio, também não resolveu o problema. Como as minhas alternativas de solução via software tinham se esgotado, o aparelho pra mim já estava como perdido. Nessa hora, também lamentei um outro ponto fraco dos aparelhos da Nokia produzidos pela HMD: a ausência de uma ferramenta que pudesse fazer o reparo ou a reinstalação do Android dos aparelhos (no passado, a Nokia tinha várias ferramentas com esse finalidade, sendo as últimas o Nokia Suite e o Nokia Care Suite, que dentro dela, tinha a poderosa ferramenta Phoenix, que me ajudou a instalar manualmente firmwares de vários aparelhos com S40 e Symbian, mas a HMD não tinha nada do tipo para o usuário final, e também não possibilitava o desbloqueio do bootloader para aqueles que desejava colocar uma Custom ROM, o que também desagradava muita gente).

Cheguei em casa, e botei o 5.3 pra carregar, e eis que finalmente ele conseguiu iniciar. Vendo que ele só ficava ligado na tomada, conclui que tinha alguma coisa errada com a bateria. Levei para um colega que mexia com reparo de smartphones, e segundo ele, dando um choque na bateria, o aparelho voltou a funcionar de forma normal, embora o medidor já não chegava mais nos 100% (se eu bem me lembro, já era um problema que estava tendo antes do 5.3 acabar parando).

Vendo que o aparelho já não estava nada confiável, estava com o Android 12 que eu simplesmente não curti, e vendo que os lançamentos e decisões da HMD estavam cada vez piores, não pensei muito, e resolvi passar o aparelho pra frente. Foi um pouco trabalhoso achar um comprador, mesmo vendendo barato o aparelho, mas conseguir achar alguém, e dei adeus ao Nokia 5.3.

Mas não só isso: também repensei a ideia de pegar novos aparelhos Nokia fabricados pela HMD Global, já que até cheguei a considerar a compra de aparelhos como o Nokia X100, o Nokia G300 (ambos exclusivos do mercado norte-americano, e portanto, de importação mais complicada, além de que por não serem do programa Android One, o suporte a atualizações era ainda pior) e o Nokia G50 (que até foi lançado no Brasil, mas não ficou muito tempo no nosso mercado, o que também foi bastante estranho), além de ter achado interessante o Nokia XR20 (aparelho que a HMD fez outra lambança, já que usou o ex-jogador de futebol brasileiro Roberto Carlos como garoto-propaganda, e essas propagandas até apareceram nas redes sociais brasileiras da marca, mas ainda assim a finlandesa deixou claro que o aparelho não viria para o Brasil, mesmo presenteando alguns criadores de conteúdo e fãs brasileiros da marca com ele, o que pegou muito mal).

Eu cheguei a considerar também adquirir um feature phone dela com a plataforma KaiOS para uso secundário, e avaliei modelos como o 6300 4G, o 2720 Flip e o 2760 Flip, mas vendo que a plataforma também não só não estava progredindo, como regrediu, e versões mais recentes deixaram de ter acesso a apps chamarizes, como os da Meta e da Google, em especial, o WhatsApp, também rapidamente repensei a ideia, e ao invés de um feature phone secundário, achei melhor considerar um tablet como aparelho secundário, apesar de que, obviamente, não seria com a marca Nokia.



De 2023 pra cá, como eu previa, o que já estava ruim, só piorou: a quantidade de aparelhos intermediários diminuiu, e os básicos aumentou, e ainda assim, com hardware bastante questionável mesmo para a categoria, além das atualizações do Android e os patches continuarem demorando.

Por fim, a HMD finalmente tomou uma iniciativa bastante extrema: fez um rebranding da sua marca, e gradualmente começou a remover referências a marca Nokia (incluindo o fim da comunidade, que eu comentei), até finalmente decidir que os novos smartphones teriam a marca dela ao invés da Nokia, esta que coincidentemente também atualizou a sua marca, meio que deixando claro que a velha Nokia ficou no passado.

E chegamos na seguinte e atual situação: a HMD ainda lança alguns feature phones com a marca antiga da Nokia, mas agora faz questão de destacar junto a sua marca na embalagem e traseira dos dispositivos (semelhante ao que a Microsoft fez entre 2014 e 2016), mas é questão de tempo para a HMD deixar de fazer isso, uma vez que ela também já tem no seu portfólio feature phones com a sua própria marca, e o licenciamento ainda vigente com a Nokia Corporation deve expirar em 2026, sendo que certamente não será renovado. Smartphones e tablets, por sua vez, agora são totalmente com a marca da HMD (e ela inclusive até relançou alguns aparelhos antes lançados como Nokia agora com a sua marca), no máximo ainda mandando patches para os últimos smartphones com a marca Nokia que ela lançou, o que deve seguir até 2026, 2027 no máximo.

E mesmo os smartphones com a marca HMD, como eu já previa, não estão chamando muita a atenção. Apesar dela afirmar que está indo bem na Europa e América do Norte, os aparelhos lançados ainda deixam bastante a desejar em relação a concorrência, o custo-benefício é bastante questionável, e no geral, parece haver mais críticas do que elogios ao trabalho dela, embora a verdade é que cada vez vejo menos comentários sobre os aparelhos dela, mesmo que pra falar mal. Eu particularmente considero que a HMD tem a mesma relevância da TCL nesse ramo hoje em dia: mínima, pra não dizer inexistente. E não acho que essa iniciativa vá muito longe (não que eu esteja torcendo contra, até porque já não me importo, mas essa trajetória da HMD eu já vi antes com marcas como Alcatel e BlackBerry, e o final foi o esperado, além de que, pior do que críticas negativas, é a indiferença, como parece ser o caso).

A Nokia Corporation, esta que renovou a marca, hoje segue exclusivamente no ramo de redes e telecomunicações, e no máximo licenciou a sua marca nova para algumas empresas locais produzirem dispositivos móveis para finalidades industriais. E não há indícios de que uma nova empresa ocupará o lugar da HMD na produção de smartphones e tablets com a sua marca, nem mesmo ela reativar a divisão mobile e voltar a trabalhar no ramo.

E aqui no Brasil? A Multilaser, que ainda trouxe alguns smartphones, tablets e feature phones da Nokia produzidos pela HMD após o Nokia 5.3, parece que não se interessou em continuar com a parceria com a pequena marca finlandesa (e, mais recentemente, passou a trabalhar com aparelhos de outra marca, a Oppo). Tanto que alguns feature phones com a marca Nokia já foram trazidos por outra empresa, e alguns smartphones e feature phones com a marca HMD já são outra envolvida, mas que apesar dos smartphones já estarem homologados pela Anatel, ainda não foram lançados oficialmente, o que definitivamente não é um bom sinal (a promessa, inclusive, era de que esses smartphones viriam até o fim de 2024, mas o prazo passou, e nada).

Considerações Finais

De 2017 pra cá, pudemos testemunhar basicamente o último respiro da Nokia no ramo de dispositivos móveis, que infelizmente não acabou bem, já que o trabalho que a HMD desenvolveu até ia bem nos três primeiros anos, mas desandou de 2020 pra cá, e culminou na situação de que a marca Nokia, antes e ainda cultuada pelos fãs e saudosistas pelo trabalho desenvolvido até 2014, hoje mal é lembrada pelos aparelhos com Android, e os que tiveram os aparelhos produzidos pela HMD Global, geralmente falam mais mal do que bem dos mesmos, chegando na situação de que, se a marca não é lembrada, é desprezada, o que é bastante lamentável. Se nada mudar, parece que finalmente a marca "Nokia" em telefones celulares ficará no passado, junto com a glória vivida entre 1990 e 2010, o declínio de 2010 a 2016, e a desastrosa empreitada final, que foi de 2017 até 2026.

Deixe nos comentários o que você achou desse conteúdo, e se você teve um smartphone ou tablet da Nokia produzido pela HMD Global, nos relate a sua experiência com ele.

Galaxy Book5: Modelo base é certificado pela Bluetooth SIG

Publicado em 12/04/2025


Semanas depois do lançamento do Galaxy Book5 360 (que comentei aqui), e sem indícios de que teremos um Galaxy Book5 Ultra, parece que logo teremos o modelo básico da 5ª geração de notebooks com a marca Galaxy.

Ao menos, é o que indica a recente emissão da certificação no Bluetooth SIG:

Se seguir a mesma lógica dos Galaxy Book4, os NP75xXHD serão os modelos sem GPU integrada, enquanto os NP75xXHW ou terão GPU integrada ou virão com Linux (eu acredito mais na segunda opção).

Ainda não se sabe quais modelos de processador Intel Core eles utilizarão, mas se seguir a lógica das gerações anteriores, deveremos ter modelos com Intel Core 3-201E, Core 5-220U e Core 7-250U.

Lembrando que aqui no Brasil, notebooks com Intel Core da Série 1 ainda estão com disponibilidade bastante limitada, sendo que mesmo os Galaxy Book4 com esses processadores ainda só estão disponíveis em opções com a GPU NVidia MX570, sendo que sem GPU dedicada, apesar de estarem registrados antes do lançamento oficial, ainda seguem inéditos no Brasil.

É difícil dizer o que os Galaxy Book5 básicos trarão de novidade, mas considerando os demais modelos da família, devemos esperar poucas mudanças.

Deixe nos comentários a sua opinião.

Minha opinião sobre o Galaxy A06 5G no Brasil e mais

Publicado em 02/04/2025 no Samsung Members
Atualizado em 02/04/2025


Apesar de ter sido homologado pela Anatel antes dos Galaxy A26, A36 e A56, só no dia 02/04 que a Samsung trouxe para o Brasil o Galaxy A06 5G. Sobre ele, minhas considerações são as seguintes:

galaxy-a06-5g.png

Ele basicamente aproveita o mesmo projeto do Galaxy A06 com 4G, mas com a traseira lisa, o que pode não ser o suficiente para diferenciá-los bem.

Seu destaque certamente é o chipset Mediatek Dimensity 6300, o que o deixa até mais interessante que o Galaxy A16 4G. E curiosamente esse chipset chegou a ser utilizado no Galaxy A16 5G em alguns países, o que acaba não ajudando muito o modelo mais caro (não é a primeira vez que isso acontece, sendo que o A04s e o A14 4G chegaram a usar o mesmo chipset também). Felizmente esse problema não ocorreu no Brasil.

Uma outra diferença relevante do A06 5G em relação ao A06 4G é a proteção IP54, herdada dos A16. Para a categoria dele, um IP48 já estava ótimo, mas não estou reclamando da proteção ser melhor, não.

Uma pena ele ter vindo com apenas 4 GB de RAM por aqui, sendo que lá fora ele teve versões com 6 GB de RAM, que tivemos aqui com o A05s, e que foi bastante elogiado.

Tela, câmeras e bateria são basicamente as mesmas do modelo 4G, e no caso da câmera frontal, tem menos resolução que o do A05s, o que desagrada um pouco.

A verdade é que se o Galaxy A16 5G com 8 GB de RAM não estiver tão mais caro, vale muito mais a pena pagar um pouco a mais por ele. E talvez até o Galaxy A05s ainda seja uma escolha mais interessante.

Vale ressaltar ainda que lá fora, além do Galaxy A06 5G, a Samsung ainda oferece várias opções que, na prática, são basicamente o mesmo aparelho, mas com poucas diferenças: o Galaxy M06, que basicamente só mexe no visual das câmeras, adotando a retrógrada moldura nas lentes (e tem o Galaxy F06, da qual já comentei aqui, mas que é o mesmo aparelho que apenas adota um visual mais estiloso na tampa traseira), e o Galaxy M16, que pega características do A16 5G como tela Super AMOLED, opções com 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento, e câmera ultrawide, mas também adota a moldura nas lentes num visual ainda mais questionável (e também ganhou uma versão com tampa traseira mais estilosa na mesma vibe do F06, lançado como Galaxy F16), além de utilizarem o mesmo chipset Mediatek Dimensity 6300.

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Deixe nos comentários o que você achou do Galaxy A06 5G. 

Minha opinião sobre os Galaxy A06 5G, Galaxy A16, Galaxy M16, Galaxy A26, Galaxy A36 e Galaxy A56

Publicado em 05/03/2025 no Tecnoblog Comunidade
Atualizado em 05/03/2025


O que você achou dos lançamentos de 2025 da Samsung para as famílias Galaxy A e Galaxy M? Deixe nos comentários.

O Galaxy A06 5G tem basicamente o mesmo visual do modelo 4G, basicamente só alterando o chipset para o Mediatek Dimensity 6300, que é o mesmo utilizado no Galaxy A16 5G de alguns países. Ou seja, nada muito interessante. E o Galaxy M06 5G, lançado inicialmente na Índia, é basicamente o mesmo aparelho, mas com moldura das câmeras que lembra o já antigo Galaxy A02 (e os indianos ainda poderão escolher o Galaxy F06 5G, exclusivo deles, que é o mesmo M06 5G, mas com a traseira um pouco mais estilosa).

O Galaxy A16, lançado semanas atrás, não evoluiu muito com relação ao antecessor, basicamente utilizando o mesmo chipset, Mediatek Helio G99. Basicamente só aumentou um pouco o tamanho (e consequentemente a tela), e perdeu o conector P2 para fone de ouvido. Ao menos, ganhou proteção IP54. O A16 5G lá fora não é muito mais interessante, porque utiliza o Mediatek Dimensity 6300, que além de ser uma ligeira atualização do Dimensity 6100+ do A15 5G, como você viu, está sendo colocado em modelos mais baratos que ele. Ao menos, no Brasil, ele compensa um pouco mais, já que veio com o Exynos 1330, que apesar de ser o mesmo chipset do A14 5G, é bem mais potente, brigando até com o Exynos 1280 do A25.

O Galaxy M16 5G vai utilizar o mesmo chipset do Galaxy A06 5G, e a única diferença vai ser a moldura das câmeras, que sofreu um retrocesso no layout, lembrando modelos do final da década passada. Mas o pior foi ter perdido a bateria de 6000 mAh do antecessor, o que certamente o deixará bem menos interessante que o Galaxy A16 5G, caso seja lançado no Brasil.

O Galaxy A26 ganhou proteção Gorilla Glass Victus+ e IP67 (que fez muita falta no A24 e A25), mas perdeu som estéreo e conector P2 para fone de ouvido, e a bateria parece durar menos que o antecessor, cuja autonomia já não era lá aquela coisa. E apesar de vir com o Exynos 1380, países da América Latina o receberão com o mesmo Exynos 1280 do A25, e aí fica complicado defender.

O Galaxy A36, ao invés de usar o Exynos 1480, utilizará o Snapdragon 6 Gen3, que não é muito melhor do que o antecessor ou mesmo o A26 (só deve ir um pouco melhor em jogos pela GPU ser levemente superior). Mas perdeu o suporte a cartão MicroSD.

O Galaxy A56 agora vem com Exynos 1580, que utiliza núcleos ARM Cortex A720 e A520, o que é um upgrade interessante em relação aos antecessores, além do armazenamento ser em UFS 3.1. Mas, com exceção da frontal (que perdeu resolução), segue com as mesmas câmeras, o que não empolga muito.

Samsung anuncia oficialmente os Galaxy A26, Galaxy A36 e Galaxy A56

Publicado em 03/03/2025 no Samsung Members
Atualizado em 03/03/2025


Depois de muita expectativa, finalmente a Samsung, por meio de comunicado na Newsroom Global, anunciou os novos membros da família Galaxy A de 2025: o Galaxy A26, Galaxy A36 e Galaxy A56.

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Desta vez, os três são um pouco maiores que os antecessores e vem com tela de 6.7 polegadas Super AMOLED Full HD+ com brilho máximo de 1200 nits e proteção Gorilla Glass Victus Plus, além da proteção IP67, o que é interessante principalmente para o A26, já que seus antecessores não vinham com nada do tipo.

Uma pena que o A26 perdeu o conector para fone de ouvido, e os A36 e A56 já não tem mais entrada para cartão de memória.

Chama a atenção que, quanto as câmeras, a Samsung voltou a unir as lentes traseiras numa moldura, numa iniciativa que pode ser vista como retrocesso.

Os três tem opções com 128 e 256 GB de armazenamento e 8 GB de RAM, sendo que o A26 tem opção com 6 GB e os A36 e A56 tem também a opção de 12 GB. Eles já virão com o Android 15 e a One UI 7, e terão 6 anos de atualizações. A bateria de ambos segue com 5000 mAh, desagradando quem esperava uma mudança nesse sentido.

O chipset do A26 é o Exynos 1380 (mas alguns países podem recebê-lo com o Exynos 1280, o que pode ser o nosso caso), e ainda vem com o notch em formato de gota (infelizmente), além de manter as câmeras principal (50 MP), ultrawide (8 MP), macro (2 MP) e frontal (13 MP) do antecessor. E está presente nas cores preta, branca, verde menta e rosa pêssego.

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O A36 5G utiliza o chipset Snapdragon 6 Gen 3, mas de resto, não é uma mudança tão grande com relação ao antecessor. As câmeras principal (50 MP), ultrawide (12 MP) e macro (5 MP) também não mudaram, mas a frontal curiosamente perdeu resolução, indo de 13 para 12 MP (embora possivelmente a lente deve ser melhor). Ele vem nas cores preto, branco, lavanda e verde-limão.

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O Galaxy A56 é o mais interessante, agora com chipset Exynos 1580 (agora com núcleos A720 e A520) e GPU Xclipse 540, além do armazenamento em UFS 3.1. Novamente as câmeras principal (50 MP), ultrawide (12 MP) e macro (5 MP) não mudaram, mas a frontal perdeu resolução (de 32 MP, foi pra 12 MP). Ele vem nas cores rosa, verde oliva, grafite e cinza claro.

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Eles devem estar disponíveis para compra apenas no final de Março.

Pra quem quer saber mais sobre os aparelhos, o link do comunicado da Samsung Newsroom Global está aqui.

Deixe nos comentários o que você achou dos novos lançamentos da Samsung.